terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tapar o sol com a peneira resolve?

Ao longo dos anos seria difícil imaginar que a morte de um jovem pela polícia britânica acabaria gerando protestos na capital Londres durante vários dias, incluindo saques e vandalismo. Desde então, especula-se quais seriam as razões da revolta. Para o governo do país, tudo não passa de falta de educação, nada que uma ação mais enérgica da polícia não resolva. Mas ao que parece o problema na Inglaterra é algo um pouco mais complexo, mais grave, algo como um “vulcão em erupção”.
A morte de Mark Duggan, morador do distrito londrino de Tottenham, que estava em um táxi quando foi abordado por uma viatura policial, no dia 4 de agosto, foi o "estopim" para que centenas de pessoas da comunidade onde ele morava se reunissem para um protesto. E aí começou a confusão. Centenas de jovens, em sua maioria negra, moradores de áreas mais pobres de Londres e cidades próximas saíram enfurecidos pelas ruas queimando carros, destruindo prédios inteiros sem fazer distinção de lojas de grife e muito menos os pequenos comércios locais que também não escaparam.
A violência tinha como justificativa o desejo de vingar a morte de um jovem que é descrito por familiares e amigos como um exemplo para a comunidade onde ele morava. O que ocorreu (e ainda ocorre) é que o governo britânico de David Cameron vem desmontando o Estado de bem-estar social que foi construído ao longo de muitos anos, isso significa cortar uma série de benefícios sociais que a população tinha como certo. Nada disso estava no programa de governo dele, na verdade uma crise dessa não é esperada por governo algum.
A população, principalmente as camadas mais pobres, está colocada dentro de um “vulcão”. E esse vulcão entrou em atividade cuspindo lava para todos os lados do país. Os fatos ocorridos não podem ser chamados simplesmente de vandalismo, por que se fosse realmente isso era só uma questão de repressão por parte da polícia. O governo sabe que a questão é muito maior e essa maneira de reagir é a maneira dos conservadores, da repressão, que é o que Cameron está fazendo, inclusive tomando medidas consideradas antidemocráticas no mundo inteiro como ameaças de intervenção no direito de expressão dos cidadãos e querer que comunidades estrangeiras se adaptem ao modo de vida britânico".
Essas manifestações vêm dessa insatisfação crescente com o corte dos benefícios sociais. É inviável imaginar que todos esses problemas relacionados à discriminação étnica e religiosa, a dificuldade de integração cultural, vão ser resolvidos simplesmente colocando polícia na rua. Isso é um problema social muito mais sério que está presente também em outros países europeus.
Quanto maior for a repressão, a tendência é que os movimentos se intensifiquem, e não o contrário. Quando as pessoas partem para esse tipo de atitude, elas normalmente não retrocedem em função do medo da punição, porque se tivessem o medo da punição, eles não teriam nem começado esse processo. Há uma sensação não só de impunidade, mas também uma força muito grande das massas. Eles sentem que, juntos, eles têm poder.

Claudio Ferreira
Aluno de Jornalismo - FAB - Noturno

Uma questão de diálogo

    A crise vivida no Reino Unido tem causado um reboliço por conta de causas sociais do desemprego, além da instabilidade desse mercado financeiro. Mas o  fato é que alguns ‘vândalos’ se aproveitaram da onde de protestos, ocasionados pela morte de um trabalhador inocente por policiais, para destruir e incitar a violência.
    A web por meio das redes sociais tem sido o principal canal de disseminação de vandalismos. Recentemente, o governo do Reino Unido tem aumentado as penalidades para quem utiliza estes meios de comunicação de forma ofensiva, que denigra os direitos humanos.
    Porém uma coisa é certa, é necessário se repensar a forma como o governo trata os interesses da sociedade, pois antigamente as pessoas tinham mais respeito para com o governo e hoje essa barreira tem sido quebrada, e os indivíduos tem dito o que pensam. Caso as autoridades não as ouçam, essas classes vão as ruas e protestam até chamarem a atenção do mundo para um problema que poderia ter sido resolvido internamente, sem os holofotes da mídia.
    Contudo uma coisa é certa, as redes sociais são importantes meios de reivindicar os direitos, mas claro, tudo com decência e sem ferir ou denegrir a imagem de ninguém. Sendo necessário, que o governo do Reino Unido trate as classes sociais de forma igualitária. Caso contrário, a onda de protestos pode piorar ainda mais.

Por Wéllida Resende
Aluna de Jornalismo - FAB- Matutino

Dias de Oriente Médio na terra de James Bond

  
  

Milhares de cidadãos, a maioria jovens, que utilizam redes sociais para promover o caos. Incêndios criminosos, confrontos com forças de repressão, lojas saqueadas, alguns mortos e muitas prisões. Saldo: meia dúzia de grandes cidades destruídas e muitos problemas para o primeiro ministro. Estas cenas não são novidade para quem tem acompanhado as convulsões que mataram dois regimes ditatórias do caldeirão oriente médio e tem causado temores nada infundados em mais alguns.
A surpresa foi ver estas cenas na terra do chá das cinco horas. O Reino Unido, que sempre chamou mais a atenção do mundo por suas tradições e suas excentricidades (a família real é de longe a atração mais pitoresca, seguida dos ridículos kilts), ultimamente tem convivido com uma rotina digna de países em desenvolvimento. Algumas semanas atrás, o premiê David Cameron estava empenhado em contornar uma crise de credibilidade do governo britânico, envolvido em uma série de escândalos e suspeitas de corrupção.
Mais recentemente, Cameron precisou interromper suas férias para apagar o incêndio que consumia as ruas das principais cidades britânicas. Incêndio este alimentado por labaredas de fogo e por jovens tão inflamados quanto. Protestos que supostamente teriam iniciado devido a morte de um afrobritânico pela polícia (alguém se lembra ainda do brasileiro Jean Charles)?
Estas “novidades” mostram que há algo de podre na terra da rainha Elizabeth, e não é mais o romance tórrido de Charles e Camila Parker Bowles (ou duquesa da Cornualha para os mais puristas).
Londres tem saudade dos tempos que o que enchia as páginas do tablóides eram as intrigas da família real. Já está na hora de Charles encontrar outra amante.

Por  Lielson Maia
Aluno de Jornalismo - FAB - Noturno

O pior cego é o que não quer ver

Tudo começou com o assassinato de um homem, que foi morto pela polícia. Dois dias depois do ocorrido, a população inglesa decidiu fazer uma manifestação. Foi aí que começou os saques e criminalidade no país.
Infelizmente o vandalismo e a onda de crimes foi tomando conta das ruas da cidade, nem mesmo a polícia inglesa, que é tão consagrada por não utilizar armas e ser uma das melhores do mundo, não conseguiu combater e impedir tantos roubos. Entretanto, o que há, de fato, em todas essas ações realizadas por jovens, em sua maioria negros, é a vontade de descontar a raiva acumulada dos policiais, que perseguem tanto os jovens negros.
Por conta disso, a polícia está agindo de forma precipitada, achando que prender todo mundo é a melhor solução. O número total de presos na Inglaterra e Gales é de 86.608 pessoas. A situação está ocorrendo não por irresponsabilidade dos envolvidos, mas sim, por protestos contra o preconceito que a polícia inglesa possui. Além disso, isso é um problema da sociedade e também político, é sinal que em em um país tão grande e tão rico, não há políticas públicas de qualidade para combater o racismo e outros preconceitos. Outros fatores que geraram a rebelião no país foram a crise financeira e o escândalo das escutas ilegais no grupo de imprensa de um importante membro político do país, o que convidou a sociedade a fazer um exame de consciência.
Um país que tem um governista, que pensa que prender é a solução não vai pra frente. Como diz o ditado: “O pior cego é o que não quer ver”, e isso está acontecendo, porque bem no fundo, o governo do Reino Unido sabe que as rebeliões e toda onda de vandalismo está acontecendo por problemas sociais. O que deve ser feito são melhores treinamentos com a polícia, campanhas contra o racismo, para que o preconceito seja banido em todo o país, principalmente pelos policiais. Além de políticas voltadas para os problemas da sociedade.
Uma hora ou outra a bomba iria estourar. Entretanto, o que ainda não se sabe é como um país tão racista e com poucas políticas de igualdade e benefícios para a população vai sediar as próximas Olimpíadas. O treinamento dos policiais ingleses é algo necessário ser feito com urgência, afinal, Londres irá receber pessoas de várias raças, etnias e culturas diferentes. Não podendo ter nas ruas, agentes da lei que não sabem respeitar as diferenças. O evento vai ocorrer no ano que vem e até lá, acho bom o governo abrir os olhos e enxergar que a sociedade está em crise, não só por causa do homem que foi morto pelos policiais, mas por conta de problemas sociais no país que vem se estendendo ao longo de vários anos e de vários governos.

Por Jurana Lopes
Aluna de Jornalismo - FAB - 6º sem. Noturno

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Choque de realidade


Todo mundo já ouviu falar no acordo da dívida dos EUA que Barack Obama e companhia limitada estão sofrendo. Poucos brasileiros estão informados a respeito dela. Mas é preciso que todo mundo saiba é que as causas são o consumismo exacerbado dos que estão acostumados com a gastança, o investimento exagerado nas importações e a falta de pagamento para os empregados. Contudo, a bola de neve afeta as bolsas, e posteriormente os preços. A desvalorização do dólar, a recessão e o desemprego são os principais reflexos de todo o caos do país mais rico do mundo. Por qual motivo? Enquanto predominar a lógica do mercado financeiro de adotar a receita do corte de gastos com prioridade ao salvamento dos bancos, isso prejudicará os cidadãos e todas as nações.

O acordo da dívida deixa os americanos com a sensação de choque. Se não for resolvida a tempo, a lógica dos EUA será a mesma que foi utilizada na  Europa, onde cortes com bancos e a austeridade são para salvar bancos. Os Estados Unidos passaram por grandes mudanças desde a crise 2008. O primeiro presidente negro de toda a história, mudança no regime tributário e redução de custos. Tudo parecia estar resolvido, mas as pessoas compravam e gastavam sem parar. Os preços não paravam de subir e tudo o que as pessoas diziam era que a situação estava controlada. E aí? O que o Brasil tem a ver com isso? Como nós podemos ser afetados por essa crise?

O mercado brasileiro também sofrerá o impacto da crise. Principalmente em função das importações somarem bilhões e o Brasil precisar manter sua produtividade. Em relação a nós consumidores, quem pagará a diferença será a nação brasileira. A bolsa de valores Bovespa, de São Paulo, perdeu 30% este ano, um prejuízo de trilhões de dólares. Outras empresas perderam 50%, que poderão ser recuperados, mas neste momento, ficam sem capacidade de investimento. O Brasil é um grande exportador de commodities, como minérios de ferro e soja. Por conta da perda, os preços poderão cair e obterão menos valor de mercado. Será que teremos um distúrbio igual a crise imobiliária de 2008? (onde um dos principais motivos foi o crescimento pela procura de hipotecas, onde os americanos pediam dinheiro emprestado aos bancos, dando garantia de pagamento de suas próprias casas). A colunista Miriam Leitão enfatiza que não é uma crise enfrentada anteriormente.

Por enquanto, a possibilidade de igualdade é bem menor. Ainda é só uma forte queda das bolsas, muita instabilidade no mercado de moedas e redução dos preços de commodities. Segundo Miriam, a crise de 2008 foi muito pior. Houve uma sucessão de quebra de bancos, o crédito congelou e ninguém conseguia pegar empréstimos. A fala de Barack Obama fez o mercado segurar um pouco as vendas. Para entender, Barack disse que os problemas do país têm ‘solução eminente’, minimizou a posição da agência Standard and Poor’s (S&P), declarando que o país sempre será um país AAA.  (A nota de confiabilidade do país passou de AAA para AA+). Também enfatizou que o país ‘não terá muito espaço para corte’ em gastos como requerem os republicanos (conservadores).

            Entretanto, todo esse déficit não impede dos Estados Unidos terem as melhores universidades do mundo e as empresas mais inovadoras do planeta.

Por Yasmine Farias
Estudante de Jornalismo - FAB - Matutino

A crise

         Talvez nem o mais pessimista cidadão americano, soubessem que a crise imobiliária que assolou os Estados Unidos em 2008, fosse lançar seus destroços até 2011. A recente turbulência, que atingiu a forte economia americana, tem suas raízes enterradas nas centenas de empreendimentos imobiliários falidos. Há pouco tempo o governo americano teve um novo pesadelo econômico, não tinha dinheiro para honrar os empréstimos feitos, e manter o coração bombeado dinheiro no mercado econômico.
            Para nós brasileiros a pergunta é; como podemos ser atingidos pela por essa crise? Talvez muitos de nós, não enxerguemos o fundo do poço em que podemos cair. O dólar está presente na economia mundial, com a crise imobiliária, o governo dos Estados Unidos pediu ajuda para alguns países amigos, evidentemente que quando se pede emprestado, uma hora vamos ter que devolver aquilo. Foi ai que a chamada crise econômica deu seus primeiro passos, o tio Sam não tinha como pagar os favores, e em desespero chegou a pensar em dar o famoso calote na praça.
            Aí você pode dizer, continuo fazendo minhas compras, pagando a prestação do meu carro, da casa, em fim. Só que o sono da tão sonhada estabilidade econômica brasileira pode sofre de insônia. Com todo esse problema, o dólar caiu em relação ao real, com isso, os produtos importados ficam mais em conta, e nós passamos a namorar os produtos importados. Os bens nacionais passam a perder a concorrência para os estrangeiros, havendo diminuição no consumo dos produtos aqui no Brasil, uma seqüência de instabilidade pode acontecer, o aumento dos bens nacionais, passando pelas demissões, pois a indústria que produz, e não vende tem prejuízo, e quem não tem lucro acaba cortando gastos, o governo por sua vez para não perder o controle da situação, tem que elevar as taxas de juros, tentando frear o gasto desenfreado do consumidor.
            A educação financeira passa pelo equilíbrio, comprar sem pagar juros, deixar pelo menos 30% do orçamento de reserva, não ser compulsivo, e pensar no coletivo, são atitudes simples, mas se feitas no coletivo podem fazer o Brasil entrar no seleto grupo de países estáveis do ponto de vista econômico.
 
Por Rodrigo Santos
Estudante de Jornalismo- FAB- noturno

A crise do Tio Sam

A crise dos Estados Unidos não e nenhuma bomba jogada sobre a cabeça do governo americano. Ela é simplesmente a conseqüência de vários atos impensados adotados pelos governos passados e também do atual.
Esta claro que se o povo americano juntamente com boa parte da população mundial que criticam a situação e não param para reavaliar a questão ignoram o fato de que uma das maiores causas da grande dívida americana são os custos gerados com uma guerra impensada e desonesta contra o Afeganistão.
Se quando a guerra dos EUA contra o Afeganistão foi declarada o povo americano se o pusesse eu acredito que a situação americana não estaria tão grave. É claro que a crise de 2008 foi também um grande a agravante para a situação.
Essa crise é só o resultado de uma série de decisões erradas e equivocadas do governo americano (e eu não estou me referindo somente só governo atual). E só nos resta torcer pela recuperação do “Tio Sam”.

Por Meiriane Soares
Estudante de Jornalismo - FAB- noturno

O GIGANTE QUE VIVEU SEU MOMENTO DE ANÃO

A crise americana tem assustado os mercados do mundo inteiro, o que não surpreende, por se tratar da grande potencia econômica do planeta. Também não surpreende quem vem acompanhando as taxas recentes de crescimento dos Estados Unidos, que em uma década apresentou um crescimento variando de 1 a 2 por cento, uma estagnação considerável. A crise imobiliária de 2008 também sedimentou o caminho para esse momento desagradável.
De novidade, provavelmente, só o inédito rebaixamento da credibilidade americana, que perdeu seu triplo A, motivo de orgulho tanto para o governo como para o cidadão comum. Para a maioria dos países, um duplo A representa um excelente cartão de visita, mas para o Tio Sam, isso é um prenúncio de crise política e econômica.
Mas a crise tem servido como uma verdadeira aula de globalização. Enquanto muitos comemoram a suposta decadência do império, mercados de países aparentemente neutros nesta história mostram claros sinais de descontrole e apreensão. O que pode ser aproveitado desta confusão? A lição principal é que não existe endividamento tranqüilo, e que hoje em dia, não dá pra fingir que seu vizinho não existe, pois se a casa dele cair, a sua, no mínimo, ficará com rachaduras nos alicerces.
E se ao invés de uma casa, o que cair for aquele imponente condomínio com fachada listrada de azul, vermelho e branco, o bairro inteiro terá de ser interditado.


Por Lielson Maia
Estudante de Jornalismo - FAB - Noturno

domingo, 7 de agosto de 2011

Sejam Bemvindos

Este será o espaço utilizado para publicar a análise de vocês. A pontuação extra da disciplina será dada aos textos submetidos à avaliação e, posteriormente, publicados. Espero que aproveitem!